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ATRAVESSANDO O DANÚBIO COM FERENCZI

Coordenado por Leila Guimarães

Modalidade: online
Link disponibilizado na semana do encontro
Quinzenal

Início: 08/03/2024
Horários: 16:30 às 18:00 
Valores: R$50,00 por encontro.

Inscrição e informações: via whatsapp (32) 999364297

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Sándor Ferenczi, psicanalista húngaro e discípulo de Freud, foi aquele que trouxe à lembrança da psicanálise o lugar do exógeno na causação das perturbações psíquicas. Não por acaso, foi adepto da medicina social, se mostrando sensível às dores dos oprimidos: as mulheres, os excluídos e marginais e os homossexuais. Com isto, já é possível perceber que, antes mesmo em se tornar um psicanalista, Ferenczi já se mostrava sensível à ação do ambiente sobre o humano e seus efeitos na vida deste. Portanto, não foi sem a sua sensibilidade que tendo em mente a imaturidade física e psíquica do bebê humano e, consequentemente, a dependência absoluta deste em relação ao ambiente que, como psicanalista, ele se debruçou sobre a dimensão relacional. Precursor da teoria das relações de objeto, considerava a falha do ambiente potencialmente traumática e, por efeito, geradora de perturbações no psiquismo. 

Ambiente. Talvez esta seja a palavra maior no pensamento de Ferenczi, uma espécie de chave mestra, aquela que abre todas as portas. Percorrendo os escritos do psicanalista húngaro, vemos que várias noções – onipotência, catástrofe, introjeção, símbolo, constituição do psiquismo, linguagem, trauma, desmentido, clivagem psíquica – estão direta ou indiretamente atrelados ao ambiente. Longe de ser apenas o meio natural ou o meio físico, podemos dizer que o ambiente é constituído por uma rede ampla de elementos que concorrem para a subjetivação: as relações entre o sujeito e o outro, a família, as relações de poder, o contexto social, político e cultural, o momento histórico, o discurso científico, as práticas médicas, etc.

Voltado mais para o que dizia respeito à clínica - a cura, a técnica, a transferência e a contratransferência, o tato e a empatia analítica, o lugar e a função do analista, a análise do analista, a mutualidade da análise, a ética do cuidado, por exemplo -, Ferenczi esclarece que a falha do ambiente, ao perturbar a ordem e o ritmo do aparelho psíquico, interfere na vivência de onipotência que, como solo fértil em que germina a subjetividade, permite com que se esteja “mais à vontade nas mudanças exigidas pela passagem da atividade autística para a vida em coletividade” (FERENCZI, 1928/2011).

 

 

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